quarta-feira, 7 de março de 2012

Top 10 – Os melhores vinhos degustados!

A pedidos postei novamente esta relação feita que foi elaborada pela minha particular análise sensorial, de acordo com os dez melhores vinhos que já bebi, independente de nacionalidade, preço ou casta. Os vinhos foram degustados nos últimos 3 anos. A lista segue abaixo, sem ordem de preferência. Boa leitura!

Beringer Knight Valley Alluvium Red 2003


País: EUA
Região: Sonoma County, Califórnia
Casta: Bordeaux Blend
Importador: Expand
Preço: R$ 170,00

Comentário do enólogo: A lush, intense-cherry, blackberry core is given by the 76% Merlot, while the 15% Cabernet Sauvignon gives structure and adds depth to the dark fruit aromas and flavors. Small amounts of Malbec, Petite Verdot and Cabernet Franc contribute spice, orange zest, roasted coffee, and fruit nuances to the palate, giving an overall impression of plushness and depth.
Beringer has owned and farmed its Knights Valley vineyards since the mid-1960's, when the Beringer family recognized that the cobbley, rocky alluvial soils were a great place to grow high quality wine grapes. In the late 1980's, when phylloxera necessitated replanting, Beringer's vineyard manager Bob Steinhauer took advantage of the opportunity and replanted almost exclusively Bordeaux varietals that matched Knights Valley's soil and climate conditions.

Cartuxa Évora 2001


País: Portugal
Região: Alentejo
Casta: Blend de Aragonês (17%), Trincadeira (17%), Alfrocheiro (17%), Tinta Caiada (17%), Castelão (16%) e Moreto (16%)
Importador: Casa do Vinho
Preço: R$ 115,00

Comentário da Adega Alentejana: A produção obtida nas vinhas é vinificada num local histórico e sagrado, a Adega da Cartuxa, situada na Quinta de Valbom em Évora. A adega está instalada num edifício que pertenceu à Companhia de Jesus em 1580 e que na época era a sua casa de repouso. Um de seus vinhos, o Cartuxa Colheita Tinto 2001 – Graduação Alcoólica de 13,5%, de castas: Aragonez, Trincadeira, Alfrocheiro, Tinta Caiada, Castelão e Moreto, possuí aromas evoluídos, notando-se a presença da casta Trincadeira misturada com as notas quentes da planície alentejana. Boa prova de boca, tudo muito afinado, floral e cheio. Este vinho apresenta potencial para envelhecer. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês.

Clos Mogador 2006


País: Espanha
Região: Priorato
Casta: Blend de Garnacha (40%), Cabernet Sauvignon (40%), Syrah (20%)
Importador: Mistral
Preço: R$ 340,00

Comentário do importador: “O Clos Mogador é um dos maiores vinhos espanhóis, o tinto lendário que consagrou o Priorato como uma das maiores regiões produtoras da Espanha. Ele sempre merece notas altíssimas de todos os autores e frequentemente é indicado como o melhor tinto espanhol por diversos guias. Vinho de incrível concentração, corpo e riqueza, com enorme potencial de envelhecimento. Um grande clássico, obra prima do genial René Barbier. Foi indicado simplismente como o quarto melhor vinho do mundo pela Wine Spectator em 2003, com 95 pontos, Robert parker também com 95 pontos”.

Comentário de Silvia Franco: “Degustei o Clos Mogador 2006 de René Barbier, o fundador ou o que a Decanter chama de grandfather do Priorato. Paguei aqui em Park City no State Liquor Store US$ 106 com o imposto incluído. O vinho é o que eu chamo de “decifra-me ou te devoro!”. Se realmente existe terroir (e nisto tenho fé), o Clos Mogador é a melhor expressão do terroir de Gratallops, um vinho de personalidade única. Como diz Hugh Johnson, Clos Mogador é de tirar o fôlego. A cor é uma púrpura ou uma tinta com ligeira unha atijolada, aromas intensos, complexos de terra, humus, fruta madura, tabaco, balsâmico, mineral e potente. Taninos presentes, mas agradáveis. Um vinho que resiste ainda um bom tempo de guarda, mas que já está muito bom. É o vinho de maior personalidade e caráter que já tomei (e olhem que já tomei muito, frequentando a Wine Experience, a Boston Wine Expo, a Vinexpo Bordeaux etc) Tem um colosso de fruta, concentração, potência, mas está tudo, tudo belíssimamente bem integrado e equilibrado. Clos Mogador é um vinho especial para reflexão, for thought como dizem os americanos.

Emiliana Gê 2003 Ultra Premium


País: Chile
Região: Vale do Colchágua
Casta: 55% Syrah, 15% Cabernet Sauvignon, 15% Carmenère e 15% Merlot
Importador: Magna Import
Preço: R$ 450,00

Comentário de Emerson Haas: “O nome do vinho pronuncia-se como Gê. O projeto de vinhos orgânicos da Santa Emiliana tem como enólogo principal o grande Álvaro Espinoza - Undurraga, Antiyal, Château Margaux, Moët & Chandon, Viña Carmen entre outras referências. Talvez, refletindo sobre as difíceis escolhas durante as minhas recém-férias, o melhor vinho que eu tenha bebido tenha sido o Emiliana Gê 2003 Reserva Super Premium Orgânico, cuja história e contexto foram marcantes.
Adquiri este vinho em 2005, numa ida ao vizinho Uruguai e um de seus free-shops por engano. Não conhecia o vinho, nunca havia lido nada sobre ele. Pensei em deixar este vinho guardado na adega para alguma ocasião ímpar. Uns dois anos depois num bate-papo com um amigo ele comentou sobre um tal vinho orgânico e biodinâmico, fabricado no Chile, detentor de altíssimas pontuações na crítica especializada… O tal vinho era o Emiliana Ge! Aí comecei a ler sobre o mesmo onde percebi que a Safra 2003 havia disparado em valores e como tinha sido engarrafado um número limitado de garrafas as que tinham no mercado ainda encareceram (hoje se adquire em torno de R$ 450,00 a garrafa).
Bom o fato é que ainda assim aguardei um momento único para abertura deste assemblage chileno – que na sua safra referida juntava 55% de Syrah, 15% Cabernet Sauvignon, 15% Carmenére e 15% Merlot – o que veio a ocorrer em junho do ano passado, na noite do dia em que eu e minha mulher Aline descobrimos que seríamos papais! Com todo o cuidado que a ocasião merecia abri o excelentíssimo e o deixei cerca de hora e meia no decanter. Servi-o na taça e por bons segundos fitei-o, pois ali poderia estar concentrado o sucesso ou o fracasso de minha expectativa de quase 5 anos na guarda do mesmo. No nariz uma explosão de aromas me empolgou dando vistas que uma boa surpresa se revelaria. Notas de cassis, frutas vermelhas maduras, café e chocolate, excelente persistência de aroma, cor rubi magnífica e lágrimas chorosas, quase tristes por tê-lo tirado daquela pesada garrafa por onde se alojou por vários anos. E sem qualquer vestígio de idade na coloração, nenhum reflexo alaranjado sequer, ou seja, um vinho de boa perspectiva de guarda, mas abortada ali, naquele contexto de um futuro nascimento. Seus 15% de álcool passaram desapercebidos e o que sentia era um vinho direto, marcante, com uma jovialidade presente mas muito complexo nos aromas. Poderoso e de forte personalidade. Na boca um vinho esplêndido, elegante, taninos macios, com muita estrutura e complexidade, agradabilíssimo de beber. Realmente, superou e muito a expectativa criada, e elenco-o como um dos 3 melhores vinhos que já bebi, e com o contexto que envolveu a sua abertura então”.

Tasca D’Almerita Cabernet Sauvignon 2003


País: Itália
Região: Sicília
Casta: Cabernet Sauvignon
Importador: Mistral
Preço: R$ 195,00

Comentário do importador: Um dos maiores Cabernet Sauvignon do sul da Itália, quase sempre premiado com os máximos 3 Bicchieri do Gambero Rosso. Elegante, potente e muito classudo, é capaz de envelhecer por muitos anos em garrafa. Gambero Rosso: "Tre Bicchieri" (safra 03) e Robert Parker: 92 pontos (safra 03)

Tenuta Col Sandago Martino Zanetti Wildbacher 2003


País: Itália
Região: Veneto
Casta: Wildbacher
Importador: Decanter
Preço: R$ 130,00

Comentário Luciano Ourique: “Coloração vermelha rubi com nuances que tendem para o grená. Intensidade mediana de cor. Visualmente, denso, encorpado, límpido e brilhante. Muito semelhante ao quinto vinho no visual. Nariz de ataque intenso com deliciosa carga frutal no primeiro plano (frutas vermelhas frescas) lembrando cerejas, morangos e cassis. Agradável e bem colocada madeira que apareceu lembrando notas de especiarias doces. Discretos aromas florais também marcaram presença no conjunto aromático. Lembrou muito o Barolo que degustamos na Confraria de Vinhos Italianos (Marziano Abbona – Barolo Terlo Ravera 2003, Piemonte – Itália). Com a aeração ganhou maior equilíbrio entre fruta e madeira. Na boca mostrou muito bom corpo. Potente, com taninos ainda muito vivos e que necessitam de pelo menos mais uns dois anos de garrafa para amaciar. Acidez intensa e de muito frescor (que combinou bem com a leveza do buque). Essencialmente seco (a acidez deixa pouco espaço para os açúcares residuais aparecerem). Final de boca algo aquecido / apimentado. Elegante amargor final. Persistente”. Uva originária da Áustria

Esporão Private Selection Garrafeira 2004


País: Portugal
Região: Alentejo
Casta: Alicante Bouchet / Aragonês
Importador: Qualimpor
Preço: R$ 210,00

Comentário de Jeriel C.: “A Herdade do Esporão, situada em Reguengos de Monsaraz, tem uma importância histórica na região. As suas raízes remontam aos tempos pré-históricos das culturas megalíticas e da Idade do Bronze, mas já durante a ocupação romana, os vinhos do povoamento do Esporão eram exportados para todo o Império. No coração desta herdade, no calor do Alentejo, encontra-se a Cerca do Esporão, da qual fazem parte a Torre do Esporão, a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios e uma curiosa porta fortificada com uma escada em caracol de acesso ao terraço defensivo. O Esporão Private Selection Tinto, antigo Garrafeira, é produzido por Herdade do Esporão, no Alentejo e possui a certificação Garrafeira DOC Reguengos, Castas: Alicante Bouschet / Aragonês. Enólogo: David Baverstock / Luís Patrão. Vinho gastronômico, que acompanha pratos de caça até a suavidade e textura cremosa dos queijos de pasta mole. Sua temperatura de consumo: 16 – 18ºC. Informações técnicas: Álcool – 14,5%; Acidez Total – 7,01 gr/l; Acidez Volátil – 0,66 gr/l; pH – 3,54; Extrato Seco – 33,1 gr/l. Vinificação: colheita em separado de cada casta, seleção de cachos em mesa de escolha, desengace, esmagamento, fermentação alcoólica com temperaturas controladas em pequenos lagares com pisa-a-pé (22ºC a 25ºC), prensagem, fermentação malolática em barricas novas de carvalho francês. Estagio de 12 meses em barricas de carvalho francês. Após o engarrafamento seguem-se mais 18 meses de estágio em garrafa”.

Chateau Pontet-Canet Pauillac Grand Cru 2002


País: França
Região: Bordeaux - Pauillac
Casta: Cabernet Sauvignon / Merlot / Petit Verdot / Cabernet Franc
Importador: Decanter
Preço: R$ 335,00

Comentário de Chris Kissack: “A dense style of fruit in the nose, very defined and upright, black fruit character, has a style rather more reminiscent of a St Julien than Pauillac, a vintage effect perhaps? There is a little broadness and sweetness to it though, dark and grainy, sitting beneath these more superficial characteristics. There is an evocative style to it as well, early maturity, notes of tea leaves. With time really opening up - showing overt maturity, tea leaves and rust - lovely. Moderate weight on entry, balanced midpalate, slightly loose knit through the middle and slightly raw structure too, very tannic style coming out from beneath through the fruit in a slightly sharp fashion. Needs time. Not a lean and mean greenie at all though, lots of tannin in the finish although less than the 2000 I feel. More flesh would be very welcome. Good wine which will make super drinking with dinner in a few years from now”.

Bouza Tannat Parcela Unica A8 2007


País: Uruguai
Região: Montevideo - Melilla
Casta: Tannat
Importador: Decanter
Preço: R$ 150,00

Comentário de Marcelo Copello: “Cor escura rubi violácea. Aroma intenso, limpo e fresco, fruta madura, cassis, ameixa, geléias, baunilha, alcaçuz, tostados, toque lácteo, leve toque herbáceo. Paladar de bom corpo, taninos doces, 15% de álcool (que não aparecem) bem equilibrado, média persistência. Muito nem elaborado, em estilo mais moderno e frutado”.

A Mano Primitivo IGT 2005


País: Itália
Região: Puglia
Casta: Primitivo/Sangiovese
Importador: Expand
Preço: R$ 75,00

Comentário do Didú Russo: “Provamos do A Mano Primitivo IGT, trata-se de uma ótima compra, todo aquele carater do terroir da Puglia, que solo!..., sempre com aquele nariz de amarena, doce, a “fruta cota” mostrando que foi um ano quente, na boca ótima acidez que pede comida e o melhor, vinho puro. Bárbaro”.

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