quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O petisco de linguiça!



A mistura do doce com o salgado é uma delicia! Imagine somada a linguiça defumada?

Atribuo a colonização alemã no RS a prática de misturar o doce com o salgado e promover esta provocação ao paladar! A cultura alemã instalada no século XIX no Vale dos Sinos e no Vale do Taquari e Rio Pardo tinha que se virar no preparo para alimentar os seus próximos à mesa e as experiências trazidas da Terra Mãe deram a devida sustentação a esta criatividade e improvisação. O uso de geleias com carnes foi uma das destas saborosas inventividades. E o que trago hoje é exatamente um pouco desta provocação – facilitada pelo uso de geleias prontas – na mistura de algumas características bem diversas: doce, salgado, defumado e picante. O Petisco de Linguiça navega nesta gostosa mistura e é de extrema facilidade no preparo. Acompanhe!


Ingredientes:
(para  4 pessoas)

2 gomos de linguiça suína magra e verde (pouco seca)
1 ramo de alecrim
4 colheres de sopa de geleia de damasco
4 colheres de sopa de geleia de pimenta
2 gotas de Tabasco
Ramo de salsinha para decorar
  
Preparo:


Pré-aqueça o forno a 200oC. Enrole a linguiça com um ramo de alecrim fresco em papel alumínio e leve ao forno para assar por 15 minutos. Enquanto isso misture num potinho as geleias e a pimenta. Divida a mistura das geleias em 4 potinhos individuais. Corte a linguiça em fatias e acomode em quantidades iguais sobre a geleia. Decore com o ramo de salsinha e sirva, envolvendo cada fatia nesta mistura antes de comer.    

VOCÊ SABIA*


Em Portugal, ela é chamada de “enchido”. E é de lá que herdamos mais essa alegria gastronômica. A linguiça tem vocação para juntar gente e para criar clima de festa. É um prato democrático, disposto a agradar todos os gostos e capaz de dar a um simples feijão sabor de final de semana. E pensar que tudo nasceu da boa e velha necessidade humana de conservar os alimentos: quando o caçador abatia um animal muito grande, maior do que a capacidade de consumo da tribo, picava-se a carne, temperava-se com sal e ervas e a preservava nas tripas dos animas. Há quem diga que a linguiça existe há mais de 4 mil anos, porém, registros mais exatos remontam a 2 mil anos.  Nesta versão da história, a origem da linguiça é romana. Seu nome seria um derivado da palavra “luganega”, referente a Lucano. Os Lucanos foram um povo de origem samnita, que se estabeleceu na Lucânia (região montanhosa da Itália meridional) no século V a.C. Muitos séculos atrás essa tribo comandou grande parte daquela península,  deixando como legado para os romanos o método de embutir carnes.

* Por Fernando Barroso

domingo, 28 de janeiro de 2018

Bressia Monteagrelo Cabernet Franc 2015 - a máxima expressão desta casta!

Tenho ficado cada vez mais surpreendido positivamente com os vinhos da casta Cabernet Franc. Tal uva já teve um período glorioso na Serra Gaúcha na década de 70 sendo que depois sumiu do mercado. Agora tem retornado aos poucos dando origem a grandes vinhos. Entre os produtores gaúchos que apostam nesta casta está a Dal Pizzol, Don Giovanni, Dunamis e a Valmarino. E na vizinha Argentina a Cabernet Franc tem se mostrado uma excepcional uva arrancando suspiros de muitos consumidores. Comparada a ícone Malbec, produz um vinho mais seco, sem aquela doçura no final, com muita framboesa e cor violeta e que não necessita de tanta guarda para expressar a sua melhor forma, ou seja, pode ser bebido mais jovem que o Malbec. 

Um destes belos CF que degustei está o Bressia Monteagrelo Cabernet Franc 2015, vinho pronto e pleno e hiperlativo nas suas qualidades: coloração rubi violeta, aromas com muita fruta negra – framboesa, mirtilo, ameixas passas, figo, toque balsâmico, pimenta negra, hibiscos e violetas no nariz. Boca com muita fruta e com os 12 meses de estágio em barrica passado despercebido não fosse o toque de baunilha e café. Corpo médio e taninos finos, elegantes e impressionantemente polidos! Lembra grandes vinhos do velho mundo de tão acertado! Que bela experiência. Já foi eleito o melhor Cabernet Franc argentino pelo Guia Descorchados.

Este vinho harmoniza bem com carnes vermelhas na brasa, frango com shoyu, carnes de caça na panela, legumes grelhados e queijos duros.  

Possui 14,5% de graduação alcoólica e o ideal é ser servido na temperatura de 16˚C.

Você encontra dezenas de vinhos argentinos na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone (51) 3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Colheita do Vinhedo do Mundo é aberta ao público


Pela primeira vez em oito safras, experiência poderá ser vivida, além de convidados, por visitantes


O momento é único e inesquecível e a chance de viver a experiência acontece apenas uma vez por ano. Pois este grande dia chegou e agora, ao invés de reunir apenas convidados, a Dal Pizzol Vinhos Finos e o Instituto R. Dal Pizzol inovam e abrem o evento para o público. São apenas 40 vagas. A Colheita do Vinhedo do Mundo acontece dia 3 de fevereiro, das 10h30min às 15h. Inscrições podem ser feitas pelo telefone (54) 3449.2255 ou pelo e-mail andressa@dalpizzol.com.br. O valor por pessoa é de R$ 320.


A programação inclui visita ao Ecomuseu da Cultura do Vinho, guiada pelos diretores Antônio e Rinaldo Dal Pizzol e pelo enólogo Dirceu Scottá. A Colheita do Vinhedo do Mundo – terceira maior coleção de uvas do planeta – será vivenciada na prática por cada participante, que terá a oportunidade de colher uma variedade de uva entre as 400 de mais de 30 países de todos os continentes que compõem este acervo.

Outra inovação da edição é o almoço ao ar livre, harmonizado com vinhos e espumantes Dal Pizzol. O cardápio é assinado pelo chef Bertini. Na ocasião, também será oferecido o VINUMMUNDI Safra 2017, elaborado com 184 variedades de uvas do Vinhedo do Mundo, dentre elas Kadarka (Hungria), Chuscia Sciavi (Geórgia), Prokupac (Yugoslavia), Caladoc (França), Xare-lo (Espanha), Morio Muskat (Alemanha), Kyoho Hayakawa (Japão), além das clássicas Cabernet Franc, Merlot, Pinot Noir, Touriga Nacional, Tannat, Ancellotta. Em caso de chuva, o cardápio será oferecido no interior do Ristorante Enoteca Dal Pizzol, a beira do lago.


Além de receber amigos, comemorar mais uma vindima e promover a oitava edição da Colheita do Vinhedo do Mundo, a Dal Pizzol celebra o patrimônio da cultura do vinho. “O momento é realmente de celebrar. Estamos vivendo uma safra de maior qualidade. O Vinhedo do Mundo é a prova de que o vinho é um produto cultural carregado de emoções. Certamente, o que está no cálice é 30%, os outros 70% estão fora dele”, enfatiza Rinaldo Dal Pizzol, presidente do Instituto R. Dal Pizzol.

As uvas desta coleção, no final da colheita, serão vinificadas em conjunto, cujo vinho, o VINUMMUNDI 2018, será apresentado na colheita de 2019. O VINUMMUNDI é um vinho cultural, não é comercializado, ou seja, expressa e simboliza a solidariedade dos povos e suas culturas.

Durante o ano, o Vinhedo do Mundo pode ser visitado por aficcionados, estudiosos e interessados de segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30. Para grupos é preciso agendar reserva pelo telefone 54 3449.2255 ou e-mail dalpizzol@dalpizzol.com.br.

DAL PIZZOL VINHOS FINOS – ECOMUSEU DA CULTURA DO VINHO

Loja de vinhos, sala de exposições, Vinhedo do Mundo, Enoteca, Vino sotto terra, degustação às cegas, restaurante e ambiente com animais silvestres e domésticos, além de árvores ornamentais, nativas e frutíferas.

Visitação

De segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 17h, livre.
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30min. De 6 a 12 anos, R$ 5 e acima de 12 anos, R$ 10.
Para grupos é preciso agendar reserva pelo telefone 54 3449.2255 ou e-mail dalpizzol@dalpizzol.com.br.

Para almoços e jantares no Ristorante Enoteca Dal Pizzol é necessário fazer reserva. A experiência gastronômica é oferecida a grupos a partir de 10 pessoas com cardápios e preços variados.

Localização

RS 431, Km 5,3 - Distrito de Faria Lemos (Rota Cantinas Históricas)
Bento Gonçalves - RS (Capital Brasileira do Vinho)
Telefone: 54 3449.2255
E-mail: dalpizzol@dalpizzol.com.br
Site: www.dalpizzol.com.br



terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Safra da uva 2018 deverá ficar dentro da média histórica, mas qualidade bem acima!

Com antecipação do início da colheita em torno 15 dias em relação ao período normal, vitivinicultores projetam volume 20% menor que o colhido no ano anterior, com ganhos na qualidade


Depois de registrar a maior colheita da história do Rio Grande do Sul, com 753 milhões de quilos de uva em 2017, antecedida pela quebra de safra recorde em 2016, com perda de 57%, a vindima 2018 deverá ficar dentro da normalidade e chegar a cerca de 600 mil toneladas da fruta destinadas ao processamento. Produtores e indústria estão otimistas com o desenvolvimento da produção no campo até o momento. As condições climáticas e o manejo adequado realizado ao longo dos meses estão proporcionando às uvas boa qualidade e níveis altos de graduação de açúcar, o que deverá resultar, novamente, em ótimos vinhos, espumantes e sucos de uvas 100%.

De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e também presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS), Oscar Ló, as primeiras uvas para processamento começaram a ser colhidas na segunda quinzena de dezembro, cerca de 15 dias antes do período normal. “As variedades precoces estavam adiantadas por conta do pouco frio feito no inverno. A brotação começou antes, porém, as noites mais frias no mês de dezembro fizeram com que as variedades tardias estejam maturando no período considerado normal. Isso pode prolongar a safra gaúcha, fazendo com que até o término, em março, ela feche o ciclo. A previsão é de um volume 20% menor do que no ano passado, e, devido às regularidades das chuvas e as uvas estarem amadurecendo com clima mais seco, vamos ter uma excelente qualidade. O clima está mais seco, as uvas estão com a sanidade melhor”, avalia.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS) também projeta uma safra dentro da média dos últimos anos. “Contabilizando todas as uvas, independente do destino, e incluindo o consumo in natura, acreditamos que devam ser colhidas cerca de 750 mil toneladas da fruta em todo o Estado. Se mensurássemos apenas as uvas para processamento, destinadas a elaboração de vinhos, espumantes e sucos de uva, acreditamos que este número passará para, aproximadamente, 600 mil toneladas”, prevê Enio Ângelo Todeschini, engenheiro agrônomo e assistente técnico regional de fruticultura da Emater. “Se o clima continuar assim para viticultura é muito bom, pois diminui o risco de doenças e melhora a maturação da uva. Por enquanto, a qualidade está excelente. O cultivo ao longo de 2017 foi dentro do recomendado, com podas, adubação sem exagero e com plantas com cobertura de solo, o que evita a perda de água e nutrientes, ou seja, a erosão, deixando a videira sem maiores riscos”, completa.


As variedades Bordô, Niágara, Violeta, Concord, Pinot Noir e Chardonnay, por exemplo, foram as primeiras a serem colhidas no Estado. Neste mês, as vinícolas estão recebendo também as Merlot, Riesling Itálico e Glera (Prosecco), e em fevereiro e março serão a vez das Cabernet Souvignon e Franc, Tannat, Moscato Branco, Isabel e Trebbiano.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Garibaldi, Denis Debiasi, a redução na produção da videira será uma das variáveis responsáveis pela boa qualidade da fruta. “Vamos ter uma diminuição no volume, pois no ano passado a safra foi grande e, claro, a parreira não aguenta dois anos seguidos grandes volumes. Mas isso também é bom, pois não houve acúmulo de uvas nas parreiras, as uvas estão mais distribuídas e se desenvolveram melhor. Na região, tem gente colhendo com um grau de açúcar bem satisfatório. Essas noites amenas, com chuvas periódicas e dias quentes nos proporcionam uma qualidade melhor, em que as uvas amadurecem dentro da normalidade. Quando a matéria-prima vem boa, melhora toda a cadeia”, pontua Debiasi.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, as previsões climáticas previstas para o auge da safra 2018, no primeiro mês do ano, deverão se manter positivas para que se colham as uvas com a maturação adequada. “Os prognósticos meteorológicos apontam para uma influência moderada do La Niña até o final de janeiro, ou seja, uma incidência de chuvas abaixo do normal, o que favorece a maturação e, consequentemente, a boa qualidade das uvas. Estamos acompanhando as previsões, mas ainda é precipitado falar de fevereiro ou março”, observa.      



Marcio Ferrari, vice-presidente do Ibravin, coordenador da Comissão Interestadual da Uva e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Farroupilha, explica que as precipitações ocorridas nos últimos meses de 2017 na Serra Gaúcha – região responsável por 85% da produção nacional – foram pontuais e não deverão prejudicar o volume total que será colhido em todo o Estado: “Tivemos algumas perdas em função da chuva de pedra, mas, de uma forma geral, essa diminuição de safra se dá em função da formação de cachos menores”, explica.

Segundo o Cadastro Vitícola, no Rio Grande do Sul são cultivadas 138 variedades de uva, entre viníferas (destinadas à produção de vinhos finos e espumantes) e uvas americanas e híbridas (reservadas à elaboração de vinhos de mesa e sucos). As principais regiões produtoras são: a Serra, a Serra do Sudeste, os Campos de Cima e a Campanha.
      
Os números das últimas safras gaúchas*             
Ano
Volume (milhões de quilos)
2011
709,6
2012
696,9
2013
611,3
2014
606,1
2015
702,9
2016
300,3
2017
753,2









*Uvas para processamento de vinhos, espumantes, sucos de uva e derivados. Dados referentes ao estado do Rio Grande do Sul, provenientes do Cadastro Vinícola, mantido por meio de parceria entre Ibravin e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS), com recurso do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis).