quinta-feira, 12 de julho de 2018

A feijoada light!




Frio e chuva! Uma feijoada leve cai como uma luva para aquecer este inverno
  
Stanislaw Ponte Preta celebrizou-se dizendo que “uma feijoada só é realmente completa quando tem uma ambulância de plantão”. E realmente este que é um dos pratos mais  tradicionais de nossa culinária sugere um forte digestivo para acalmar o organismo sacudido pela gordura, ferro e sal do preparo. Mas a feijoada proposta aqui e cuja receita se apresenta abaixo tenta ser o mais leve possível se isto é possível, e se utiliza da palavra light em seu enunciado despertando um cuidado maior na sua feitura. Acompanhe!   


Ingredientes:
(para 8 pessoas)

700g de feijão preto ou vermelho
500g de linguiça colonial fatiada
250g de costela de suíno defumada
250g de lombo de porco em pedaços
500g de joelho e rabo de suíno cortado em pedaços
500g de pele suína cortada em pedaços
250g de bacon cortado em cubos
2 cebolas pequenas picadas
3 dentes de alho picados
2 folhas de louro
2 colheres de sopa de óleo
Pimenta líquida à gosto
Sal à gosto

Preparo:

Numa panela com água fervente colocar a costela defumada, o joelho e as peles suínas para escaldar e tirar o excesso de gordura. Ferver por cerca de vinte minutos. Em seguida transferir estes ingredientes para uma forma e levar ao forno pré-aquecido por mais vinte minutos. Tirar e reservar. Numa panela fritar a carne de porco até dourar e reservar. Fazer o mesmo procedimento para a linguiça e depois o bacon. Colocar o feijão de molho de um dia para o outro e depois levar a panela para cozinhá-lo. Juntar o louro. Assim que estiver com o caldo mais escuro (cerca de uma hora após o início do cozimento), juntar as carnes. Em uma frigideira dourar no óleo de canola a cebola e o alho e juntar a feijoada. Adicionar também o caldo de legumes diluído em um pouco de água, o sal e a pimenta. Quando o feijão estiver macio, separar três conchas de caldo e feijão e bater em um liquidificador. Juntar este preparado a feijoada para engrossar o caldo. Mexer bem, corrigir o tempero e servir junto dos tradicionais acompanhamentos: couve refogada, laranja fatiada, farofa, torresmo e arroz branco.    

Você sabia?*


O que todo mundo sabe, mas não está certo, é de que a feijoada foi criada dentro das senzalas dos escravos, com os restos de carnes que sobravam dos nobres portugueses. Essas partes consideradas menos nobres do porco, como o rabo, a orelha, a língua e o pé, são e sempre foram na verdade nobres para os europeus, excluindo qualquer hipótese de ser dada para os escravos se alimentarem. Diversos registros históricos já comprovaram que o escravo se alimentava apenas de farinha e água, e dificilmente tinha acesso à carne. Existe na Europa desde a antiguidade, um prato que varia de região em região, mas têm sempre como base a mistura de tipos diferentes de carne, com legumes e verduras, como por exemplo, o “Cassoulet” na França, o tradicional cozido em Portugal, o “Casoeula” na Itália, e o “Puchero” na Espanha. São os portugueses os responsáveis por trazer ao Brasil, a técnica e a combinação do cozido com carnes, que com o passar do tempo, e evolução dos costumes, foi acrescentado o feijão preto, criando assim a feijoada. O feijão preto é de origem sul-americana, e era parte da dieta dos índios nativos. Portanto, a feijoada não é originalmente brasileira, e sim uma adaptação e evolução de uma cultura de berço europeu.


*Fonte: Formação da culinária brasileira, de Carlos Alberto Dória.   

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