sábado, 30 de junho de 2012

Luigi Bosca Malbec Reserva 2006

O vinho argentino Luigi Bosca Malbec Reserva 2006, da região de Luján de Cuyo. Possui grande personalidade, ótimo e redondo corpo. De cor vermelho rubi intenso, brilhante, lágrimas chorosas e lentas. Aromas de amoras maduras, cereja, café, pimenta preta e caramelo. Álcool pronunciado, taninos suaves, amora e chocolate. Ótimo final de boca. Vinho elegante e muito prazeroso de beber.


A safra 2005 levou 91 pontos do crítico americano Robert Parker.

Luis Fernando Nascimento, do ótimo blog Vinho com Prosa, fala que a história desta vinícola inicia no século XIX quando Leôncio Arizu, então com 7 anos de idade chega a Mendoza na Argentina. Em 1943 Saturnino Arizu, filho de Leôncio ingressa na vinícola trazendo idéias inovadoras na produção de vinhos. Em 1991 a Vinícola Luigi Bosca protagonizou a criação da Denominação de Origem Controlada Lujan de Cuyo e lança o primeiro Malbec DOC da Argentina e da América Latina. É a mais famosa uva de Mendoza.
Originária da região de Bordeaux na França, onde está em declínio, não se sabe ao certo por que essa uva foi mais bem sucedida na Argentina. Os vinhos Malbec de Mendoza tem estrutura e densidade raramente encontrados os vinhos Malbec de Bordeaux. Na França esta uva também é muito produzida na região de Cahors, sudoeste da França, onde em geral é cortada com Tannat.
Você encontra os vinhos Luigi Bosca na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site www.weinhaus.com.br.     

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA! 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Steak Tartare, um prato literalmente bárbaro!

O Steak Tartare – cujo pomposo nome revela-se num simples e fácil picado de carne crua somado a ingredientes cariados, teve origem deste na prática culinária medieval popular entre as tribos guerreiras dos tártaros, na Mongólia, que abatia o gado que pastava nas estepes e que, por ter uma carne de baixa qualidade, acabava sendo picada para torná-la mais palatável e digestível aos bárbaros. Evidentemente que o nome não era esse e nem possuía o requinte do steak tartare dos tempos atuais. Na Alemanha do século XVI foi introduzido alcaparras e gema de ovo, e consumido nas classes mais pobres. A moda do steak tartare tornou-se popular após a Segunda Guerra Mundial, principalmente na França: o então hambúrguer americano passou a ser servido com uma gema de ovo crua acompanhado de alcaparras, cebola e salsa. A receita é muito fácil de preparar e tem um sabor inconfundível. O ideal é prepará-lo com filé mignon, lagarto ou coxão mole, picados à faca, cuja carne é mais leve e fácil de limpar no que tange a gorduras e fibrosidades. A seguir a receita desta iguaria paraser servida como entrada.


Ingredientes:
(para 4 pessoas)

3 colheres (sopa) de cebola roxa cortada em pedacinhos;
2 colheres (sopa) de pepino azedo em pedacinhos;
200 gramas de carne de boi, sem nervos e sem gordura, picada para steak tartare;
2 gemas de ovo de codorna;
2 colheres (sopa) de folhas de salsinha picadas;
2 colheres de sopa de alcaparra picada;
2 colheres (sopa) de azeite extravirgem;
1 colher (sopa) de mostarda;
1 colher (chá) de molho inglês;
1 colher (chá) de páprica doce;
sal e pimenta-do-reino branca moída na hora.

Preparo:

Prepare o steak tartare apenas minutos antes de servir. Misture a carne com todos os ingredientes, menos as gemas. Coloque metade da carne em cada prato e alise com uma colher, formando um montinho. Afunde o centro com uma colher, coloque a gema de ovo e sirva. Cada pessoa desmancha sua gema, mistura e come com pão levemente torrado e salada verde.

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Varela Zarranz Brut Nature

Eu não havia recebido ainda comentários elogiosos sobre espumantes produzidos no Uruguai, até porque pelo clima que envolve os vinhedos não ser o mais propício a este vinho. Provei algumas taças e posso dizer que fiquei impressionado com o Varela Zarranz Brut Nature. O espumante de produção limitada a pouco mais de duas mil garrafas é produzido pelo método tradicional (champenoise) a partir de um autentico coupage blanc de blanc, ou seja um  corte de 50% Chardonnay e 50% Viognier. Houve ainda um envelhecimento sobre borras e leveduras por 24 meses em garrafa. O espumante apresenta coloração palha dourada, perlage constante e com bolhas finas e volumosas, com aromas cítricos maduros, delicados e elegantes, trazendo ainda um leve tostado. Em boca apresenta ótima cremosidade e presença, fresco, acidez equilibrada, excepcionalmente agradável de beber, com um final seco e marcante.

Possui 12% de graduação alcoólica e é ideal serví-lo na temperatura de 5°C. Harmoniza muito bem com quase tudo que seja comestível, mas recomendo degustá-lo com uma tábua de queijos e frios, frutas secas e pães, uma combinação prá lá de charmosa!


A Bodega Varela Zarranz foi fundada em 1888 e conta hoje com 110 hectares de vinhedos plantados localizados na região de Canelones, próxima a Montevidéu, produzindo cerca de 3,5 milhões de litros de vinho por ano, dividido entre vinhos finos e vinhos de mesa. Além do Brut Nature e do Maria Zarranz Brut, possui ótimos rótulos de chardonnay, cabernet franc, tannat, vinho colheita tardia e os ícones Teatro Solís e Guidaí Detí, majestosos blends muito estruturados e complexos.
Acesse o site da bodega: www.varelazarranz.com

Você encontra uma ótima variedade de espumantes na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site http://www.weinhaus.com.br/       

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vinho e cerveja

Dedicada à produção de vinhos dentro do conceito boutique, com tiragens limitadas e alto valor agregado, a vinícola catarinense Villaggio Grando amplia os seus horizontes iniciando a produção de cervejas artesanais, com o lançamento da cerveja Patrona Alt.



Ao longo de 2011, a vinícola se uniu ao cervejeiro Gustavo Fezer para juntos desenvolverem uma cerveja artesanal de alta qualidade, que conta com o incremento de sabores e aromas obtidos a partir de processos utilizados na produção de seus vinhos. Alt é uma cerveja de alta fermentação,  um estilo tradicional da Alemanha. No processo de fabricação da vinícola, ela passa por um estágio em barricas de carvalho e uma segunda fermentação dentro da própria garrafa, semelhante ao processo de obtenção dos vinhos espumantes.



O resultado é uma cerveja encorpada de alta cremosidade e persistência, com cor marcante, lupulagem nobre e teor alcóolico de 7,3%, cuja receita de malte conta com seis variedades distintas em sua composição, todas oriundas da Europa. A levedura  é preservada no interior da garrafa, parte do método artesanal sem filtragem.



A cerveja Patrona Alt  deve ter feito sempre em copos de vinho tinto de bojo grande. Somente assim é possível apreciar na totalidade os sabores e aromas do produto.


Localizada no município de Água Doce, nos campos de altitude de Santa Catarina, a vinícola Villaggio Grando reúne características ímpares de solo e clima, próprios para o desenvolvimento de seus vinhedos. São 42 hectares e 13 variedades de uvas, cultivadas em harmonia com à natureza, para a produção de vinhos tintos, brancos, rosé e espumantes em tiragens limitadas, que traduzem o terroir autêntico de umas das regiões mais frias do país.

sábado, 23 de junho de 2012

Uruguai muito além de Tannat, parrilla e doce de leite

(Uruguay mucho más allá del Tannat, la parrilla, y del dulce de leche)

O avião Bombardier da Pluna pousa suavemente no Aeroporto de Carrasco. Logo no taxiamento deixa para trás as velhas instalações do antigo terminal e aproxima-se de um dos fingers do novíssimo aeroporto da capital uruguaia. Na fila da imigração três elegantes e articuladas uruguaias de idades variadas conversam com muita propriedade sobre o jogo do final de semana da “Celeste”, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil, entre Uruguai e Peru, no mítico Estádio Centenário. Uma delas comenta de uma experiência tida em uma recente ida a um restaurante de culinária indiana no bairro de El Pocito. E esta é uma prévia da Montevidéu que me esperava, mais cosmopolita e descolada, mas sem perder a elegância quase européia forjada por centenas de anos de colonização espanhola.

As bodegas

O município de Canelones – colado a Montevidéu - abriga uma centena de vinícolas, lá chamadas de bodegas, muitas datadas do século XIX e que produzem excepcionais vinhos com a casta ícone do Uruguai, a Tannat, mas também com espaço para manifestações vitivinícolas a partir de outros varietais como o Cabernet Franc, o Petit Verdot, a Marselán, o Merlot e ótimos exemplares de Sauvignon Blanc, casta plenamente adaptada ao terroir platino. Entre as bodegas destaque para a Varela Zarranz produtora de um espumante brut nature de nível superior e do excelente blend Guidaí Detí, composto pelas castas Tannat, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc; a Juanicó envasadora da multipremiada linha Prelúdio e do primeiro Licor de Tannat do Uruguai; a Antigua Stagnari e seu Merlot Osíris, um digno representante desta variedade; a Carrau e sua ampla gama de rótulos e tipos de uva com destaque para a linha Juan Carrau e ao top Amat;  e a Bouza, bodega-boutique, que além do ícone Monte Vide Eu, um corte de três varietais, engarrafa o único Alvarinho da região e um Tempranillo Parcela Única de exceção. Muitas bodegas possuem caves – local onde armazenam-se as barricas para o vinho repousar – com quase duzentos anos de existência e as suas instalações lembram estâncias platinas, rodeadas de árvores centenárias, construções antigas e vinhedos muito bem cuidados.     



   



Os restaurantes

Montevidéu representa o que há de melhor no Uruguai no tocante a gastronomia. Punta del Este continua sendo o xodó quando se fala de restaurantes “in” mas a capital é mais globalizada e populosa, e por isso a diversidade mais ampla. O uruguaio consome muita carne bovina – cerca de 60 kg per capita/ano (para se ter uma idéia no Brasil é de 35 kg/ano) - e por conta disto as parrillas são encontradas praticamente em todas as esquinas. Mas a gastronomia fusion – aquela que envolve técnicas e pratos recheados de ecletismo – surge muito forte e emblemática em ótimos restaurantes: o Francis tem nos frutos do mar a sua especialidade, sendo o trio composto de peixes diferentes cada qual em um molho um dos mais pedidos da casa; o Walrus aposta nas tendências descoladas, servindo sashimi seguido de ragú preparado em baixa temperatura; o Tandory mistura velho mundo com novo mundo, oriente com ocidente, numa composição saborosíssima elaborada pelas mãos mágicas do chef Gabriel Coquel. Em contrapartida o Facal resgata o tradicional chivito e a pizzeta uruguaia, numa releitura calcada em qualidade, abusando dos tomates importados da Itália e no bifinho de carne da raça Angus.  E o Mercado del Puerto é um ponto mais que tradicional, pois lá é possível provar o Medio-medio, uma bebida que mistura vinho branco e espumante, tradicionalíssimo no Uruguai (sinceramente lembra muito o filtrado doce da Serra Gaúcha) e também – como não há como deixar de ir – degustar a famosa parrillada uruguaia ou mesmo uma paella espanhola preparada com frutos frescos e abundantes.





A cultura

        
O Teatro Solis de construção finalizada em 1856 é um monumento a atratividade do uruguaio por cultura. As grandes colunas servem de anfitriãs aos mil e duzentos lugares da capacidade, distribuídos em cinco andares ovalados de frente a um multipalco que recebe espetáculos internacionais em sua extensa agenda anual. Numa das extremidades do prédio abriga-se o luxuoso Restaurante Avis Raris, que contempla uma das maiores cartas de vinhos do país. Na outra, um espaço dedicado a vida do monumento e das apresentações ali efetuadas.

Para quem acha que o Brasil é o país do Carnaval seria bom olhar para o lado, pois os hermanos montevideanos possuem um Carnaval que dura 45 dias, iniciando em final de janeiro e se estendendo até metade de março, com desfiles, apresentações ao ar livre e competições de murgas – o equivalente a nossos blocos de rua – com muita influência do “candombe”, um ritmo que chegou ao Uruguai graças aos escravos vindos da África, e que continua sendo ouvido nas ruas, nos becos e nas marchinhas daquele país. Para contar a história deste ritmo africano e deste evento festivo anual, Montevidéu possui o Museu do Carnaval, localizado bem ao lado do Mercado del Puerto, na zona portuária.          
  

Também o Ballet Nacional del Sodre, originário da década de 30 e que foi ponto de partida na construção da dança uruguaia,  leva aos apreciadores desde então, apresentações periódicas de dança clássica a todo o Uruguai.  Sob a mão diretiva do Maestro Alberto Pouyanne houve a primeira apresentação, denominada “Noite Nativa” e inspirada em elementos folclóricos platinos. Com o passar dos anos e com a presença de bailarinos e professores europeus, o balé se incorporou a vida de Montevidéu, dando acesso a todos para presenciar espetáculos grandiosos. Atualmente está instalado no novo Auditório Nacional Adela Reta recentemente reaberto sob a direção do maestro Julio Bocca e denominado Sodre Companhia Nacional de Bailado. Também pelo balé, a cultura uruguaia permanece viva e dinâmica.


A Fortaleza do Cerro localizada no topo do Cerro Montevidéu é parada obrigatória para aqueles que buscam um pouco de história sobre a conquista espanhola na América do Sul. Ela abriga o Museu Militar General Artigas com exposição permanente de uniformes, canhões e outros artigos de guerra e possui uma vista privilegiada do Rio da Prata e da Baía de Montevidéu.



O futebol

O uruguaio é fanático por futebol e pela “Celeste”, como chamam a Seleção do Uruguai, atual campeã da Copa América e bicampeã do mundo em 1950, justo em cima do Brasil e em pleno Maracanã. Mulheres, homens e crianças, todos sem exceção, falam sobre futebol, escalações, jogos e resultados. Na memória recente, o dramático jogo contra Gana, na Copa do Mundo de 2010, que colocou a celeste nas semifinais daquele certame, ficando em quarto lugar. O gigante Estadio Centenario é o palco para apresentação da Seleção e também dos clássicos entre Peñarol e Nacional, os maiores clubes do Uruguai. Construído para a Copa de 1930, sediada no país, possui capacidade para 66 mil pessoas, mas já colocou 100 mil torcedores em alguns jogos no passado. Dentro do estádio há o Museu do Futebol, que conta a história sobre sua construção e dos grandes clássicos jogados. Na década de 80 foi declarado pela FIFA “Monumento Histórico do Futebol Mundial”.


Não bastasse toda a vasta agenda enogastrocultural cabe ressaltar ainda o principal fator de ligação entre tudo o que se vê e se sente por lá: o povo uruguaio. Sua cordialidade, educação e atenção principalmente a nós, brasileiros – e não só pela questão econômica, pois o Brasil importa praticamente um terço de tudo que é produzido no Uruguai, mas pelo carinho que carregam para conosco -  faz com que nos sintamos em casa, na varanda, como se batêssemos um papo ao final da tarde, em portunhol clássico, com um vizinho de longa data!        

         Na volta uma mala carregada de vinhos, novos amigos, ótimas lembranças e a certeza de que o Uruguai vai muito além de tannat, parrilla e doce de leite!

As belas construções das bodegas e suas vinhas ao fundo 


Vinho e vinho


O cosmopolita e o histórico 


A mesa posta, o Uruguai e sua tradição gastronômica


Montevidéu e suas ruas 


Escolha

Este colunista viajou a convite de Los Caminos del Vino da Asociación de Turismo Enológico de Uruguay e do Conglomerado de Turismo de Montevideo.

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje.

Abaixo seguem endereços e lincks dos locais visitados:

Hotel Esplendor (Soriano 868)
Tel.: 2900-1900

Antigua Bodega Stagnari
Tel.: 2362 2137- 099 664 450

Restaurante Tandory
(Libertad 2851, esq. Massini)
Chef. Gabriel Coquel
Tel.: 0945 967 35

Teatro Solís
(Bs. As s/n Esq. Batrolomé Mitre)
Tel.: 1950 3323/25 int. 110.

Restaurante Walrus (WTC – Plaza de las Torres)
Tel: 099 167 814

Establecimiento Juanicó
Tel: 094 365 918 - 4335 9725

Restaurante Francis
(Luis de la Torre 502 esq. Montero)
Tel: 093 900 111

Museo del Carnaval
(Rambla 25 de Agosto de 1825 nº  218)
Tel: 099 110 807

Restaurante Facal
(18 de julio1249, esq. Yí)
Tel: 099 228 386

SODRE
Tel: 099 303 067

Viña Varela Zarranz
Tel: 2364 4587

Bodega Carrau – Colón
Tel: 2320 0238 - 099 917 129

Bouza Bodega Boutique
Tel: 2323 4030 - 2323 7491 int 103

Los Caminos del Vino
Asociación de Turismo Enológico de Uruguay




  
+598 99 149 662

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Filé mignon ao molho de pimenta

Picante e saboroso,
esta seria a defnição deste delicioso prato!

Sou um apreciador de carnes vermelhas! Nestes dias com temperaturas mais amenas tal preparo é uma pedida certa, seja no forno, na brasa, na panela ou mesmo cru, servido como carpaccio. E das carnes vermelhas, o cordeiro e o boi são as mais aprazíveis, aceitando acompanhamentos diversos e principlamente, as alquimias preparadas pelos gourmets de plantão. Uma receita que gosto muito é o Filé mignon ao molho de pimenta.


Ingredientes:
(para 2 pessoas)

Dois bifes de filé mignon com cerca de 3cm de altura
Uma cebola pequena picadinha
Uma colher de sopa de manteiga
Duas colheres de chá de azeite de oliva
Meia xícara de
caldo de carne
3 colheres de sopa de creme de leite
Uma colher de sopa de mix de pimenta (preta, branca, verde, vermelha e jamaica) Sal à gosto

Preparo:

Tempere o filé com sal e aqueça uma frigideira colocando nela a manteiga e metade do azeite de oliva. Em fogo alto frite os filés por cerca de 3 a 4 minutos de cada lado. Retire e reserve em um prato coberto com papel alumínio. Quebre com o dorso de uma faca os grãos de pimenta rachando-os. Na mesma frigideira em que preparou-se os filés, adicione o restante do azeite de oliva e a cebola e refogue até murchar. Junte a pimenta quebrada e cozinhe por cerca de um minuto e, em seguida, some o caldo de carne mexendo bem tudo em fogo baixo. Junte o creme de leite aos poucos e vá engrossando o molho. Corrija com sal. Sirva o filé e por cima adicione o molho preparado podendo acompanhar com btatas ao forno ou arroz branco.

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Osiris Merlot Reserva 2006

Provei esta semana o vinho ícone da uruguaia Antigua Bodega Stagnari, o Osiris Merlot Reserva 2006, cuja atual diretora, Virgínia Stagnari, representa a 5a. geração da família.  De cor rubi brilhante e reflexos violáceos, límpido e de lágrimas chorosas em taça, apresentou aromas elegantes e complexos, muito particulares da casta merlot cultivada naquele país, com muita fruta vermelha como cereja, amora, framboesa mais ameixas e tutti-frutti e ainda aromas de café, chocolate, defumado e baunilha proveniente da passagem por barricas novas de carvalho americano com graduações de tostado diferentes por cerca de 15 meses.

Em boca apresentou taninos suaves e macios, com ótimo final e retrogosto semelhante aos aromas, com final longo e persistente. Vinho fácil de beber, médio corpo, estruturado, sem percalços ou correções, um merlot de essência, um grande vinho.

A Antigua Bodega Stagnari

Possui 13,5 % de álcool e ideal ser bebido na temperatura de 18°C. Vai muito bem como carreira solo, sem acompanhamentos, mas também forma par com carnes vermelhas assadas e ao forno, risotos e massas e queijos de média cura.

Você encontra bons rótulos uruguaios na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site http://www.weinhaus.com.br/.

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     

terça-feira, 19 de junho de 2012

Risoto de bacalhau

Odiado por uns, amados por outros o bacalhau continua sendo um versátil mas tradicional ingrediente da boa cozinha contemporânea, embasado sobre receitas e preparos milenares, desde os vikings, passando pelos lusos e sua então colônia chamada Brasil. Dos preparos tradicionais como o Gomes de Sá, o Brás, o Lagareiro, e suas polêmicas variações esticamos um pouco o uso deste peixe seco e salgado proveniente dos mares gélidos e profundos do Norte, traduzindo em novos olhares na criação de saladas, pastas, grelhados e risotos. E é o preparo de um Risoto de Bacalhau que apresento hoje!    


Ingredientes:
(para 4 pessoas)

Meio quilo de bacalhau em lascas (preferencialmente do Porto)
Um litro de caldo de legumes
Meio cálice de vinho branco seco
2 xícaras de arroz arbóreo ou carnaroli
Meia cebola picadinha ou ralada
Um terço de xícara de salsa e cebolinha picada
30 gramas de amêndoas
Uma colher de sopa de manteiga
Meia xícara de queijo parmesão ralado
Meia xícara de ervilhas frescas
Meia xícara de azeitonas verdes picadas
Sal e pimenta do reino à gosto

Modo de preparo:
Aquecer a metade da manteiga e fritar a cebola. Adicionar o arroz e o bacalhau. Fritar rapidamente e em seguida adicionar o vinho. Deixar evaporar e juntar o caldo de legumes aos poucos. Adicionar as azeitonas e mexer bem. Temperar com sal e pimenta e somar as ervilhas. Quando o arroz estiver “al dente”, juntar o restante da manteiga e o queijo ralado. Desligar o fogo e tampar a panela. Deixar descansar por 3 minutos, depois servir e decorar com a salsinha, a cebolinha e as amêndoas regando ainda com um fio de azeite de oliva.

DICA DO GOURMET

Você pode impressionar na montagem do risoto servindo-o empratado e decorado com um fio em espiral de azeite de oliva aromatizado com tomilho e dill e chapar uma torradinha no azeite de oliva com alho para decorar o prato finalizando com flores comestíveis da época e um pesto de azeitonas pretas. Seus convidados vão adorar!    

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul

sábado, 16 de junho de 2012

O espumante como inspiração

Luiz Argenta Vinhos e Espumantes, em Flores da Cunha, é a primeira vinícola a instalar projeto itinerante da Confraria do Champanhe da Serra Gaúcha.

A paixão pelo espumante levou um grupo de 70 mulheres a liderar um projeto inédito que transcende os sentidos e provoca novas experiências e percepções em torno da bebida. Muito além da taça, elas foram buscar em um seleto grupo a sensibilidade e a originalidade de artistas que aceitaram o desafio de traduzir, a partir de suas técnicas, a trajetória e a influência do espumante na Serra Gaúcha. Como resultado, uma exposição multifacetada e a publicação de um livro de arte. O projeto “Vivências Sensoriais – Leituras Múltiplas” da Confraria do Champanhe da Serra Gaúcha, lançado em fevereiro, passa a ser itinerante e inicia sua viagem pelo mundo vinícola na Luiz Argenta Vinhos e Espumantes, em Flores da Cunha, onde um conjunto da obra permanecerá durante seis meses para deleite dos visitantes, a partir de 16 de junho.


A vinícola - já foi reconhecida como uma das mais belas do mundo - impressiona pela imponência de sua estrutura contemporânea encravada em uma paisagem vitícola totalmente genuína. Com uma produção anual de 180 mil garrafas, a vinícola aposta em pequenos lotes com minúcias de verdadeiras obras de arte. O processo de elaboração adotado se utiliza de um moderno sistema de vinificação por gravidade.


As obras que estarão expostas na vinícola retratam a visão de cada um dos 10 artistas, que por meio do desenho, pintura, escultura, fotografia, composição musical, gravura e novas tecnologias, utilizaram suas habilidades para expressar as múltiplas leituras e sensações que o espumante proporciona. 

Conforme os visitantes avançam em diversos ambientes da vinícola, vão sendo surpreendidos com peças produzidas pelos artistas, distribuídas pelo roteiro de visitação.

A Confraria


Às vésperas de completar 14 anos – a fundação foi em 15 de julho de 1998 –, a Confraria do Champanhe da Serra Gaúcha conta com 70 confreiras. A entidade é uma das pioneiras no Brasil na associação de mulheres interessadas no universo do vinho, especialmente do espumante. As confreiras realizam, ainda, encontros mensais fechados com jantares harmonizados, sempre com palestrantes ligados ao setor.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Festival del Tannat y Cordero

Tradicionalmente Montevidéu realiza um festival que reúne dois de seus produtos mais representativos no exterior: o vinho Tannat e a ovinocultura. Estruturado através da participação de vinícolas associadas a Los Caminos del Vino, cada qual realiza em suas dependências um almoço harmonizado que envolve pratos à base de cordeiro e vinhos da casta emblemática.   

Estive acompanhando neste final de semana o IV Festival del Tannat y Cordero, no Establecimiento Juanicó, da Família Deicas, uma das vinícolas participantes.

A bodega serviu de entrada uma tábua de queijos e cesto de pães, no qual acompanhou o espumante Castelar Extra Brut. Logo após foi trazido à mesa o Kofta Speziate, bolinhas de cordeiro assadas acompanhadas de molho de iogurte e gratin de cenoura e repolho. Na parceria de copo, foi harmonizado com o Don Pascual Tannat Reserva. A seguir serviu-se uma Lasanha de Cordeiro e Espinafre ao Molho Fumé acompanhado pelo ótimo Don Pascual Coléccion del Fundador Tannat e por fim, de sobremesa um Brownie com Sorvete reservando para o gran finale a melhor harmonização do dia, com  o Família Deicas Licor de Tannat.

Lasanha de Cordeiro


Brownie com Sorvete de Creme


 Vinhos Harmonizados

De quebra, acompanhado pelo sommelier da casa, Diego Diaz, descemos as caves datadas de 1830 e provamos direto da barrica o Licor de Tannat safra 2003, uma incursão maravilhosa as pipas de carvalho.     


 Prova do Licor de Tannat 2003 na barrica 


O Establecimiento Juanicó:


Produtora dos vinhos Don Pascual, Familia Deicas, Bodegones del Sur e Casa Magrez numa propriedade localizada no distrito de Canellones a Família Deicas  cultiva mais de 200 hectares de vinhas, produzindo vinhos varietais das castas Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Marselan, Tannat, Touriga, Chardonnay, Viognier e Sauvignon Blanc. É uma das bodegas mais significativas do Uruguai produzindo mais de 4 milhões de litros de vinho por ano. A propriedade lembra uma estância pampeana, rodeada de vinhedos, palmeiras e árvores centenárias. As construções antigas e rústicas são muito peculiares e o atendimento coordenado por Wilson Torres, gerente de turismo da bodega, eficiente e prestativo.  

Familia Deicas produz vinhos, licores e azeites de oliva 


Cave datada de 1830


 As vinhas típicas de outono


A bodega


200 hectares de vinhas e 4,5 milhões de litros/ano engarrafados


Árvores centenárias, carros antigos e ao fundo, os vinhedos


Acompanhado de Wilson Torres e Diego Diaz, da Juanicó, e do amigo e sommelier Daniel Arraspide, de Montevidéu 


Este colunista viajou a convite de Los Caminos del Vino da Asociación de Turismo Enológico de Uruguay e do Conglomerado de Turismo de Montevideo.

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje.