quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O advogado do vinho!


Quem nunca sonhou em produzir o seu próprio vinho? Advogado santa-cruzense já vivencia esta possibilidade
 
Diogo Durigon, o advogado do vinho!

Robert Parker, americano, autor da obra “The Wine Advocate” divide o seu tempo entre a advocacia e a célebre crítica de vinhos, onde é notório. Santa Cruz do Sul também possui o seu Advogado do Vinho, mas diferentemente do crítico Parker, Diogo Durigon, advogado, é vinhateiro, ou seja, produz o seu próprio vinho. Os chamados vinhos de autor, de elaboração própria, iniciaram há algumas décadas no Velho Mundo, onde amantes da bebida de baco buscaram conhecimento e informações suficientes para criar os seus próprios rótulos, de varietais e blends. 

Cave possui quase duas mil garrafas estocadas

A paixão e a curiosidade pelo vinho instigam o produtor 
Tal movimento ganhou adeptos também no Brasil, com alguns laboreiros no objetivo de venda para determinados nichos que consomem vinhos finos exclusivos, já outros – caso do Diogo – para atender o desejo de engarrafar a própria bebida. O advogado e mestre em direito de 34 anos, filho de produtor de vinhos coloniais no interior de Pantano Grande, compra as uvas de produtores de Encruzilhada do Sul, utiliza-se do desengace manual para escolher somente os grãos mais saudáveis na elaboração de seus rótulos, usando moedor manual para separar a baga do cacho. A vinificação é feita na propriedade dos pais e armazenada em tanques e barricas na cave de sua casa. Lá, num pequeno espaço, Durigon estoca quase 2 mil garrafas das safras 2014 e 2015, elaborados com uvas Chardonnay, Gewurztraminer, Pinot Noir, cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional, Marselan, Malbec e Arinarnoa, todos ditos naturebas, ou seja, sem sulfitos e conservantes. 

Casa Durigon possui uma dezena de varietais produzidos
O mundo do vinho não tem ligação direta com a profissão de advogado, para Diogo a produção é apenas um capricho pessoal e uma herança cultural de sua descendência italiana, pois desde os bisavós a família está envolvida na viticultura. Para o produtor, mais do que uma simples bebida, o vinho carrega, no seu âmago, sempre alguma – ou muitas – histórias o que lhe torna ainda mais envolvente e apaixonante. Porém, se o transformasse em um negócio, teria que produzir volumes significativos, ou vender garrafas ao custo dos exclusivos vinhos de micro produtores como Vilmar Bettú e Marco Danielle.

Diogo recebe amantes do vinho para  conhecer seu projeto 
Mesmo sem ser enólogo, Durigon consegue extrair o melhor de cada varietal e safra testando e experimentando além de ouvir atentamente os conselhos de seu pai e avô, também se dedicando muito a leituras e visitas especializadas buscando referências para o sucesso de suas empreitadas vínicas. “O Brasil - e em especial o RS - tem ainda como melhorar seus vinhos viabilizando e incentivando o aumento do consumo, pois a expansão do mercado tende a gerar expansão de qualidade. A França tem centenas de anos de história e experiência; mesmo assim os brancos da Califórnia fizeram frente a eles; nós temos apenas três décadas de produção de vinhos finos e podemos trilhar nossa própria história, com reconhecimento também fora do país” afirma.

"Experimente"!

E deixa uma dica para quem também está pensando em elaborar o seu próprio vinho: “Experimente! Se nunca tentar, nunca saberá se dará certo. Repito: o risco é ser bom ou muito bom! E se alguém quiser conhecer minha adega para estimular esta empreitada, será um prazer”.

 
Mesa farta e vinhos de autor

Além dos vinhos, Durigon também elabora suco de uva e vnagre

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